segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Carta social de um jovem reformado


Pequenas porções de mim,
Fazem falta,
No tudo pouco que me determino,
Mínimo que me abrange,
a partícula.
Sem óculo de grau ou angulo
Naquilo que me define e definha,
Na escala do grande.
Sou 1/100 do que me quero mostrar,
Sou 100 pressas no que sou,
Sem ser por cento original,
Nada muda o que dou.
Fotocópia de margem esborratada,
 sou tudo ou nada, mais a cópia virtual.
Eis a origem do papel,
organigrama social,
Origami dobrado a cinzel,
 Anguloso e vegetal,
Noção de tempo,
Com belos brancos pelos,
Rosas, cravos e verrugas,
Beijos espaçados; pouco mudas.
Sou esperanças e apelos,
demorado na espera,
Sou de farto pelos cabelos.

Sou tempo empregue  em emprego
Não duvide; nada me divide!

quinta-feira, 27 de setembro de 2012


Da noite para o dia
parede refeita de azulejos,
sem escala nem simetria,
ao acaso; Medida vazia.

Um copo que não enche nem vaza,
onde nada, é nada.

Ossos de carne agarrada,
madeira sem cerne,
capa derme de armadura,
esqueleto; Pilar ou fissura.

As árvores na raiz do sono,
cresce nada neste Outono.

Faz sol e sinto Inverno
sangue sonho nas veias
corpo dormente e eterno,
gélido; Hiberno.

Uma palavra apenas, escutava,
pode dizer tudo sobre o nada.

Se reconstruir todos os muros,
sou individuo de betão,
no ruido de sussurros,
todos falam; Todos mudos.

Fosse uma opinião, agia
dizia não, mas decidia.

Pasmado na sombra,
onde nada serve e para tudo presto;
nos bolsos do que sobra;
Sou a soma e mais resto.

A democracia que não desejo.
Se me for, faco-me falta,
se ficar; sobejo.

sexta-feira, 23 de março de 2012

No momento,
que dizem sim, sim, sim,
o instante que alguem grita: não, não, não,
nasce do ventre de Maria,
um fruto de seu nome João.

Não é baptizado,
não nasceu da virgem,
mas passado um bocado,
o pai está casado,
com a maria da vertigem.

Muda para o chile,
mas não muda a nacionalidade,
da palavra mÃe guarda o til,
e herda responsabilidade.

Perde o medo das alturas,
agarrada ao corrimão,
mas és a amiga do rés do chão.

Vives agora no quarto, (4º)
miras toda a Lisboa,
enches o peito, tudo feito,
a vida é boa.

Cozinhas vida com sabor bom.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Morada errada.

Alcanço o lanço de escada,
subo tudo e chego a nada,
desço por esqueçer o quê da subida,
esqueço porque desço, tou de ida,
no cume subo ao ascensor,
na sub-cave desço do elevador.

Bato à porta da porteira