sexta-feira, 4 de julho de 2008

Lulu e o dia balnear - II

O sol afinal não gozou o feriado, apenas pegou tarde ao serviço, disposto a mostrar trabalho e a recuperar o tempo perdido.
A mãe também ganhava tempo em manobras e atalhos, que embora sendo mais curtos, tinham mais curvas e pavimento irregular, conseguindo baralhar de forma exemplar, o estômago de Luísa. Encostou o carro, perdendo o tempo ganho, enquanto a filha detrás da arvore, afirmava “ já tou bem, não precisamos de voltar para casa”.
Luciana ampliou a capacidade da sua paciência seguiu em frente, enquanto a filha atrás, brincava com a boneca, que se movimentava em sítios específicos, predeterminados e estudados à exaustão. Linhas imaginárias, que delimitavam as divisões da casa, a piscina e o jardim arquitectado por arbustos labirínticos.
Nestes perderam-se homens e mulheres, que lá se iam encontrando e conhecendo. Outros perderam-se novamente de amores, alimentando-se de amoras, e bebendo das fontes que embelezavam o jardim.
Actualmente com um sistema de video-vigilancia, descobriam-se os menos afoitos, que eram resgatados por um helicóptero.
O chapéu de palha era o helicóptero, que durante a viagem já tinha salvo a Larbie e o Len quatro vezes.
Apesar da hora, a praia ainda se apresentava vazia, e a bola de borracha bege às bolinhas brancas, pôde saltar livremente pela areia. A bola era o mundo, que se sujava na areia, se lavava na agua seguindo o trajecto do empurrão. Parava quando não tinha mais força para avançar, ou quando as mãos diplomáticas de Luísa a seguravam.
Ela ficou cansada, dos músculos, da areia entranhada no dedo mindinho dos pés, da água gelada, do calor…cansou-se.
Comeu de enfiada o farnel e pediu à mãe para voltar para casa.

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